terça-feira, março 8, 2016

Matérias divulgando abertura da Exposição Califórnia publicadas nos dois principais jornais de Porto Alegre

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domingo, abril 20, 2014

Em 2007, John Maloof um jovem agente imobiliário de Chicago comprou num leilão do bairro onde morava, várias peças descartáveis e miscelânias em caixas com a intenção de conhecer melhor a sua vizinhança. Desapontado por não ter adquirido nada de útil ao seu projeto, Maloof  acabou por tropeçar numa das maiores descobertas fotográficas do  século XX: o arquivo de Vivian Maier. O arquivo encontrado por Maloof reunia milhares de fotos de rua, centenas de recortes de jornais, filmes, e muitos negativos não revelados.  Intrigado por sua descoberta, John Maloof tratou de conhecer melhor o conteúdo das caixas. Começou então a organizar o acervo que continha mais de 100 mil imagens, revelou centenas de filmes em formato 35mm e 120mm, e ampliou dezenas de fotografias. As imagens que vieram  surpreenderam o jovem agente imobiliário por tanta qualidade, dignas dos  mestres da fotografia.  Maloof percebendo que tinha nas mãos um rico material  começou então a investigar a vida de  Vivan Maier, quem era, o que fazia, suas origens, em fim, pistas sobre a biografia da fotógrafa desconhecida até então. Descobriu que tratava-se de uma americana nascida em Nova York , em 1926,  e que tinha sido babá de crianças. Muito pouco se sabia sobre os detalhes da vida de Maier. John Maloof, tratou de procurar especialistas em museus e galerias, e depois de algum tempo, conseguiu organizar uma exposição de fotos de Vivan Maier, e assim achamou a atenção da mídia de Chicago, e atraiu milhares de visitantes para ver as fotos da desconhecida babá.  A seguir,  John Maloof arrumou grana e começou a produzir um documentário,  chamado  “Finding Vivian Maier”, o qual teve estréia este mês aqui nos Estados Unidos. Vi esta semana o filme, o qual mostra depoimentos de (ex) crianças, hoje adultos,  falando sobre a vida daquela misteriosa  mulher que colecionava milhares de recortes de jornais com manchetes sobre crimes e assassinatos passionais,  algumas cartas escritas em francês, e outras bugigangas. Vivian Maier era estranha, foi autodidata, filha de imigrantes franceses, morou com a familia em uma pequena vila no interior da França, falava com sotaque, e assim confundia o as pessoas ao seu redor,  não gostava de revelar seu nome real, mantinha uma vida restrita, muito  reservada,  tratava as crianças que cuidava com muita energia, as vezes com rigidez.  Entretanto, segundo o depoimento do fotógrafo Joel Mayerowitz, a distância com que Vivian tratava a todos era a distância que mantinha dos personagens fotografados por ela, ainda assim ela conseguiu captar com genialidade o perfil de cada um,  o drama existencial de seus personagens. Vivian viajou pelo mundo, foi ao Brasil, e fez milhares de retratos tendo inclusive expressado suas preocupações e proximidade com as desigualdades sociais. Vivian Maier morreu em 21 de abril de 2009,pobre e solitária,  atualmente é colocada no mesmo patamar dos maiores nomes da fotografia do século XX, ao lado de Dianne Arbus,  Henry Cartier-Bresson,  Irvin Penn, Walker Evans,  Man Ray, e outros. Hoje, sua obra é reconhecida em todos os grande museus dos Estados Unidos e Europa, e suas fotos passaram a ter valor inestimável. O documentário “Finding Vivian Maier” de John Maloof, o agente imobiliário que virou cineasta  foi um dos filmes selecionados no festival Sundance de 2013.  Vale a pena descobrir a obra de Vivian Maier, e do próprio John Maloof que revelou ao mundo um dos maiores nomes da fotografia do século XX.

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sexta-feira, fevereiro 14, 2014

Quem for viajar nos aviões da Gol,  neste mês de fevereiro irá encontrar  a matéria "Bah!", nove páginas reunindo fotos do livro Rio Grande do Sul O Solo e o Homem. Bem bacana.

 

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domingo, outubro 27, 2013

Muita coisa mudou desde que morei na Califórnia,  em 2002. Agora, Obama é o cara. Nos tempos de George Bush, diariamente se via alertas contra um possível ataque terrorista. O perigo era compartilhado pela cor da tarja exibida na tela da TV. A economia andava lenta e havia mais desemprego.  O esperado ataque nunca aconteceu. Não havia facebook, nem skype, nem twitter. A comunicação com o Brasil era feita através de telefonemas e troca de emails. Agora, é possível saber da vida de todo mundo, num só tempo, basta entrar no facebook. Nada mais é privado, tudo é compartilhado.  A rede que era pra ser social, virou pessoal, e o que era pra ser pessoal passou a ser compartilhado. Como se não bastasse postar seu retrato no perfil do facebook, tem gente que posta fotos de partes do corpo: pés, mãos e orelha são as mais publicadas. Há casos mais específicos. Esta semana, por exemplo, uma “amiga” foi ao dentista, arrancou dois dentes, chegou em casa com a boca anestesiada, correu para o banheiro fez uma foto do céu da boca com uma imensa cicatriz e postou na rede social.  Provavelmente estava sob efeito da anestesia “local”.  Tem os avisos de utilidade pública, muito oportunos. Como de um  amigo que pegou uma gripe e, antes mesmo de tomar uma aspirina, compartilhou com a humanidade seu precário estado de saúde. As coisas mudaram em todos os lugares e aqui também.  Aqui, temos o  carro das orações. Toda a sexta-feira estaciona na avenida principal da cidade um flamante Oldsmobile 1940, em cima do capô há uma placa onde se lê “We pray for you”. Do lado de fora do carro se forma uma fila de fiéis esperando sua vez de entrar no carro e compartilhar orações. Certa vez, por curiosidade, cheguei a entrar na fila, quando chegou minha vez de ingressar no carro, desisti. Não só orações são compartilhadas, histórias de amor também são dividas com o grande público, através do rádio. No programa “Delilah Show”,  desfilam todas as noites dramas de casais que se separaram, mulheres traídas, maridos abandonados, adolescentes carentes, idosos apaixonados, todos confessam suas fraquezas e, com voz engasgada, tomados pela emoção recebem conselhos da Delilah (Dalila), a apresentadora, que oferece consolo e canções. As histórias vão do trágico ao cômico, embalados pelo melhor do soft rock. Muita coisa é compartilhada nas ruas da cidade. Ainda hoje se vê aqui em Santa Cruz, hippes, pacifistas, músicos, gente portando cartazes pedindo paz, ecologistas pedindo “Free Amazon”, gente pedindo o fim da energia nuclear e pedidos de compaixão pelos animais. O mais divertido, porém, foram dois sujeitos barbudos, tipo cowboys, compartilhando seus desejos. O primeiro caminhava com um cartaz pedindo “me ajude a fazer operação para aumentar o pênis”. Na mesma rua, na quadra seguinte, outro cara a carregava no peito seu cartaz, “me ajude fazer operação para diminuir o pênis”.  Todos os desejos são muito mais compartilhados, em 2013.

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domingo, outubro 6, 2013

                                     Pier de Santa Barbara,CA (c)Eurico Salis 2013

 

O que realmente está por trás do “shutdown”, a paralisação do governo federal americano, é a longa batalha que vem sendo travada entre republicanos e democratas para aprovar, ou derrubar, a reforma no sistema de saúde americano, popularmente conhecido como  Obamacare.  Com o pretexto de reprovar o orçamento federal para o próximo ano, os republicanos levaram Obama as cordas, recusando o orçamento. O orçamento não foi aprovado dentro do prazo legal, e em razão disto, serviços federais foram paralisados  até que o embróglio se resolva.  Obama acusa os republicanos de criarem uma crise desnecessária que trará consequências ruins à economia do país. Ele não é bobo,  está fazendo do limão uma limonada. A opinião pública que andava de mal com Barack, começa a se manifestar favorável ao presidente. Os Estados Unidos tem um sistema de saúde ruim,  e caro para o bolso do cidadão classe média - a maioria da população  por aqui. Esta semana, protegido por  meu  plano de saúde, que é limitado e cobre apenas emergências experimentei o gosto que recai no cidadão médio o peso do sistema de saúde.  Levei meu filho ao médico que receitou ao Bruno remédio para eliminar vermes, coisa normal que ocorre em crianças. Fui à farmácia e, para minha surpresa, as seis cápsulas receitadas custavam setecentos e trinta dólares. Absurdo total. Se você tem plano de saúde, o assunto é outro e então como plano cobre 90% do custo,   a medicação vai pesar bem menos. Não é o meu caso. Bem, liguei para uma farmácia no Canadá, onde a medicação é muito acessível. Enviei a eles a receita por email,  iria pagar sessenta dólares pela mesma medicação que aqui custavam setecentos e trinta doletas. Tudo certo? Não, tudo errado. A farmácia me avisou que o prazo para entrega da medicação na Califórnia levava em torno de cinco semanas. Ests prazo inviabilizou comprar a tal  medicação no Canadá.  Claro, existem barreiras legais para entrada de remédios, e existem artimanhas imposta pela cruel industria farmacêutica, que não dorme no ponto e fecha todos os meios  para furar o bloqueio. A solução? Trazer do Brasil, onde as seis cápsulas custam vinte reais,  e chegam em torno de dez dias. Nesta hora lembrei do esforço do governo brasileiro alguns anos atrás quando quebrou patentes e implantou o medicamento genérico no Brasil. Aqui também existe “genérico” mas eles não fazem cócegas na poderosa indústria farmacêutica. Aliás, esta mesma indústria mantém um verdadeiro bombardeio contra o governo Obama, que contraria seus interesses. Eles não estão sozinhos. As redes de televisão CNN e Fox também batem sistematicamente no Barack. Em razão da não aprovação do orçamento do governo, serviços federais foram paralisado aqui. Bill Clinton passou por esta experiência, imposta pelos republicanos. Na prática mudou pouco o dia a dia do povo americano, porque aqui a os serviços públicos são operados pelo município, ou pelo estado, em sua grande maioria.  Estão fechados parques, museus e monumentos. Brasileiros que estavam com data marcada para conhecer a Estátua da Liberdade vão ter que atirar suas fichas nas roletas de Las Vegas. Com sorte, se acertarem o vermelho 23, poderão voltar mais ricos para o Brasil.

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domingo, setembro 22, 2013

                        Big Sur,CA    (c) Eurico Salis 2013

 

O nome Big Sur foi retirado da língua espanhola e significa “el sur grande”. Serviu para que os ancestrais que habitaram esta região identificassem parte da costa central da Califórnia, uma área sem limitações definidas. Pode-se dizer que o miolo, a parte mais interessante do Big Sur começa ao sul de Carmel extendendo-se por 65 kilometros até alcançar a cidade de San Luis Obispo, ao sul.  Para um turista menos avisado, Big Sur encontra-se entre San Francisco e Los Angeles.  Cheguei ao Big Sur a primeira vez em 2003 dirigindo pela Highway 1 contornando curvas apertadas, penhascos gigantescos, e principicios, deixando para trás a vegetação colorida que reunia todas as tonalidades, de um lado árvores gigantes, sequoias milenares, altas, muito altas. De outro lado, rochedos em forma de catedrais emergindo das águas revoltas do oceano Pacífico, e muito vento. Logo cheguei a Bixby Bridge, ponte sustentada por imenso arco em concreto, parada obrigatória para fotografar a paisagem. Mais uma fotografia. Acredito que Deus criou lugares como o Big Sur para nos dar a chance de desinflar nosso ego, a chance de meditar sobre a nossa existência sobre a terra, e  principalmente, a chance fotografar a paisagem da Califórnia. Claro, nem todos como George W. Bush conseguem meditar e fotografar ao mesmo tempo.  Muitos meditaram, escreveram, pintaram, e fotografaram no Big Sur, este lugar serviu de cenário para artistas, pintores, fotógrafos, e escritores. Como Jack Kerouak, que escreveu “Big Sur” (1962),  logo depois de ter lançado o consagrado romance “On the Road”, clássico da geração beatnik. Muitos artistas moraram no Big Sur, especialmente nos anos 60, época em que estas montanhas testemunharam alto consumo de drogas e alucinógenos. Tanto é que o nome de um famoso restaurante do lugar, o Nephante, é o mesmo nome de um potente alucinógeno usado por Salvador Dali e Dylan Thomas. Outro famoso escritor e que passou parte de sua vida no Big Sur foi o romancista Henry Miller, autor de obras como Nexus, e Plexus. Funciona no Big Sur o museu The Henry Miller Memorial Library, dedicado a contar a vida do escritor entre o perído de 1944 a 62, época em que Miller morou numa modesta cabana entre as montanhas, e frequentou o restaurante Nephante. Do alto do terraço deste restaurante pode-se ver o mar, os rochedos, e apreciar a passagem das baleias azuis, leões marinhos e lontras, entre junho e outubro.  Voltei ao Big Sur  este mes, quando retornava de Santa Barbara. Por ironia do destino e insulto a natureza somente a camera do meu celular tinha bateria suficiente para fotografar. Voltarei lá em breve. Quero visitar o restaurante Nephante, quero conhecer  o Big Sur Bakery & Restaurant, famosa cantina italiana e visitar os parques.  Para quem deseja estender a visita ao Big Sur, há pequenos hotéis e cabanas que oferecem comodidade, conforto com vista para o mar ou para a floresta.  Pra quem deseja um pouco mais, há uma programação cultural de peso mantida pelo The Henry Miller Memorial Library,  onde  já se apresentaram Neil Young, Philip Glass, Laurie Anderson, Red Hot Chilli Pepper, além de grupos de folk, blues, jazz,  e de teatro.   Há muito o que se fazer, há muito o que se ver nesta região, há estradas sinuosas entre florestas de sequoias gigantes, altos penhascos, vegetação de todas as cores, baleias, golfinhos e leões marinhos. No Big Sur pode-se chegar perto do céu.

 

 

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terça-feira, setembro 17, 2013

Fui ao DMV – Department of Motor Vehicles esta semana para renovar a licença do meu carro, o emplacamento para 2014. A renovação foi rápida e custou apenas $ 93. O DMV, Detran americano, entrega um pequeno adesivo colorido para ser colado na placa. Todo processo leva em torno de 20 minutos e o IPVA tá renovado. Mas o que me chamou atenção lá no DMV foi a promoção “The Califórnia Pet Lover’s License Plate”, a qual  permite  ao motorista usar no seu veículo uma placa personalizada com a cara de um cachorro. No caso, dois cachorros, Shilo e Angel Baby, que foram desenhados pelo ator Pierce Brosnan, outro apaixonado por cachorros. Enquanto a placa normal custa $50, a placa dos cachorros custa $98. O valor arrecadado com esta promoção gerenciada pelo The Califórnia Veterinary Medical Board, será destinada para o programa gratuito de castração de cachorros. O folder promocional do programa argumenta que milhares de cãezinhos são levados à eutanásia todo ano, como resultado da super população desses animais. Para evitar o sofrimento dos animais, será incentivada a castração de pets. Outro detalhe: o motorista pode manter e transferir a numeração original de sua placa para a nova placa, ou se desejar, criar nova sequência de números, ou letras. Pode escrever, por exemplo, o nome de seu próprio cão: “Marley”, “Lassie”, “Scooby”, “Benji”.  Não pode escrever na nova placa nada que seja considerado inapropriado. Vou voltar ao DMV na próxima semana, por outro motivo que não tem nada a ver com placa ou cachorro. O motivo é uma multa de transito que recebi, e segundo  me explicou o Sheriff a razão da multa foi eu ter cortado a frente do carro dele, sem sinalizar a mudança de faixa do meu carro e sem olhar sobre o ombro antes da manobra. Fui parado e advertido pelo Sheriff. Depois disto, me coloquei a sua disposição para fazer um  teste e comprovar que estava dirigindo sóbrio, sem álcool, sem drogas. O teste transcorreu normal, segui as orientações atento. Entre outras coisas, fechei os olhos e olhei para cima e contei, em silêncio, até trinta. Depois segui em zig zag o dedo do policial com os olhos, sem movimentar a cabeça. Na hora de ficar equilibrado em apenas uma perna, foi trágico. Depois de várias tentativas, consegui. Expliquei ao oficial  ele que  havia terminado a poucos minutos minha caminhada diária e por tal motivo estava cansado. Pelo teor de nossa conversa, pela troca de gentilezas e cavalheirismo, pelas perguntas estranhas que ele fez, e a demora na conferência dos documentos, cheguei a pensar que o Sheriff  é que poderia ter bebido alguma birita. Ao final, ele me entregou os documentos e informou que eu posso optar em pagar a multa ou ir a corte para desqualificar a multa que ele havia aplicado. Depois de tanta gentileza do oficial, descartei a possibilidade de ir a corte para tentar desqualificar sua multa. Nossa multa. Seria deselegância da minha parte com o Sheriff Harvey.

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sábado, agosto 24, 2013

 

O movimento em defesa dos Direitos Civis iniciou nos Estados Unidos no dia em que Rosa Parks, uma negra franzina e teimosa resolveu enfrentar a lei que proibia os negros sentarem nas cadeiras reservadas aos brancos em ônibus municipais. Num belo dia de dezembro de 1955, Rosa Parks deixou o trabalho mal humorada e resolveu não obedecer a ordem do motorista do ônibus em que viajava, para ceder seu lugar a um branco. Foi presa pela polícia ali mesmo. Em protesto por sua prisão a comunidade de negros e alguns branquelas da cidade de Montgomery, no estado do Alabama, começaram um boicote à companhia de transportes municipal. Como consequência, o serviço público de transporte perdeu grandes quantias em arrecadação durante um bom tempo. O episódio ficou conhecido como “Montgomery Bus Boycott”, e após 382 dias de protestos pacíficos, a Suprema Corte Federal revogou a exdrúxula lei do estado sulista do Alabama que proibia negros frequentar os mesmos locais públicos que os brancos frequentavam. Isto ocorreu em 1955, quando o movimento pelos Direitos Civis nos Estados Unidos já havia ganhado a capa da revista Times, e havia se alastrado por todo país, contando com a adesão de gente famosa, como o pastor Martin Luther King Jr. e o senador John Kennedy Jr. Este foi o primeiro protesto contra o transporte público nos USA de que se tem notícia. Foi também um protesto contra o racismo, contra a discriminação e a arrogância que na época tomavam conta de estados sulistas, como Georgia e Carolina do Sul, estados onde a organização criminosa Klu Klux Klan tinha ordas de seguidores. Muitos membros da KKK cometeram crimes hediondos contra negros, tanto na calada da noite como em plena luz do dia. Naquela época, os negros não tinham nem sequer o direito ao voto. O ódio entre brancos e negros rendeu a Holywood filmes consagrados, como “Mississipe em Chamas” e “A Cor Púrpura”, para citar duas grandes películas consagradas. Rosa Parks nasceu no Alabama em 1913, pertencia a uma família de trabalhadores negros, cresceu sofrendo perseguições racistas. Aprendeu a lutar por seus direitos e durante toda vida foi ativista em favor dos Direitos Civis. Rosa faleceu em Detroit aos 92 anos, em 2005, deixando sua marca de coragem e resistência pacífica, dois fatores que ajudaram a mudar a história de seu país. Protestos contra o transporte público não é exclusividade do Brasil, e muito menos novidade na história das democracias modernas. Rosa Parks representou a faísca que ascendeu a chama da liberdade para os negros americanos, e os brancos que se juntaram na luta pela igualdade de cor. Diz o refrão da canção “Sister Rosa” “…thank you Miss Rosa, you are the spark. You started our freedom movement. Thank you Sister Rosa Parks…”, gravada em sua homenagem pela famosa banda de soul music The Neville Brothers, no álbum “Yelow Moon”, em 1989.

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sábado, agosto 17, 2013

Perguntei a um amigo americano o que poderia ser a causa de um levante popular aqui nos Estados Unidos, uma onda de manifestações populares como aquelas que sacudiram o Brasil, no distante mês de julho. O que poderia servir de gatilho para que a população da maior economia do planeta saísse às ruas em protesto. A resposta foi rápida: “se o governo Obama mandasse fechar todas as pizzarias do país, o povo sairia às ruas para protestar”.  Não sei se ele estava falando sério, mas o fato é que os americanos comem muita pizza. E comem tudo que represente acréscimo de calorias. Daí porque esta nação está cada vez mais gorda. O problema aqui é a obesidade, e não a fome. Um em cada três americanos que nasceram em 2000 terá diabetes tipo 2, segundo a ADA - American Diabetes Association, o tipo da doença que pode resultar em problemas renais, cegueira e outros males. A diabetes cresce principalmente entre a população afrodescendente e latina. Os gastos federais com a diabetes passaram de U$ 174 bilhões, em 2007, para U$ 245 bilhões, em 2012. A diabetes ataca a saúde pública com a mesma força que ataca a economia americana. Quem se alimenta mal, produz pouco. Este é um jargão corrente. Contra todo este mar de colesterol, existem, aqui, em Santa Cruz, uma grande quantidade de supermercados dedicados exclusivamente à venda de produtos orgânicos. O que inclui carne animal.  Os supermercados oferecem excelentes produtos, desde alimentos a remédios, perfumaria, até roupas íntimas,  produzidas com derivados de produtos orgânicos. Nas embalagens, pode-se obter informações dos componentes do produto e acho até que isso foi incorporado positivamente ao marketing de venda destes produtos. Também, aqui, várias iniciativas públicas e privadas são desenvolvidas para tentar barrar o crecimento da diabetes e a proliferação de gordinhos e gordinhas. “Passion for Produce Program” é um programa educacional realizado por uma organização não-governamental em parceria de escolas, que visa ensinar às crianças as vantages de uma boa dieta. “Mesa Verde Gardens” é outro programa educacional, dirigido a pequenos produtores e suas famílias e visa ajudar os agricultores a aumentar seus rendimentos produzindo com exelência alimentos orgânicos. Outro programa, também realizado por iniciativa privada, chama-se  “El Pajaro Community”, que nada mais é do que uma incubadora de cozinha comercial onde os interessados utilizam grandes cozinhas industriais com assessoramento de especialistas para produzir aliementação orgânica, sem agrotóxico. O Jornal Good Times, o qual circula aqui na baia de Monterrey, publicou, esta semana, uma longa matéria com o título “A Recipe for a brighter FOODTURE”, algo como “A receita para um fututo brilhante”. Um trocadilho que faz todo sentido para quem aposta nos produtos orgânicos como alimento do futuro.

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quarta-feira, agosto 14, 2013

Eles são muitos e estão por toda parte. Eles oferecem todo tipo de atividade para as crianças que estão em férias escolares e indispensáveis para ocupar o tempo livre dos “anjinhos”. São indispensáveis também para deixar os pais das crianças com tempo livre para cuidar de suas  atividades e, ainda, tirar uma soneca sossegada, sem barulho por perto.  Summer Camps são atividades oferecidas por colégios, instituições de ensino, academias de ginástica, igrejas, atelier de arte, etc. Geralmente, são atividades pagas, com preços que variam de acordo com o tempo da atividade desenvolvida e a estrutura oferecida à criança. Existe uma infinidade de ofertas de atividades que envolvem música, esportes, cultura, leitura, agricultura, teatro, artes, camping, etc. Toda semana são publicados anúncios publicitários dos “camps” em jornais, revistas, impressos em geral, o que facilita a seleção da atividade a qual seu filho irá participar. Meu filho Bruno tem participado em várias atividades neste verão, desde música, artes marciais e jardinagem. Nesta semana, está participando, durante todas as manhãs, em um sítio, de um curso de equitação, que envolve montaria e cuidados com cavalos. Além de ser uma oportunidade para o crescimento e a sociabilidade, é também uma oportunidade saudável para a criança estabelecer novas amizades. Summer Camp é uma atividade educacional que faz parte da cultura americana há um bom tempo. A programação de verão é extensa, não apenas para os pequenos, mas para os adultos também. Aqui, acontecem durante o verão shows gratuitos de conhecidas bandas de rock, todas as sextas-feiras à noite, em um palco montado à beira da praia, no centro da cidade. Outra programação de verão, e que ocorre durante o primeiro final de semana do mês de agosto, é o Cabrillo Festival of Contemporary Music, que reúne musica de diversas nacionalidades – Sambadá é um grupo de brasileiros e americanos que toca ritmos brasileiros e faz sucesso há mais de 15 anos. Outros estilos de música também sobem ao palco: música árabe, hawaiana, latina, rock, blues, soul, jazz,  tudo ao vivo e gratuito, em um palco montado na rua, em frente ao Civic Auditorium. E é neste auditório municipal que se apresentam orquestras e músicos contemporâneos, como Kronos Quartet, Van-Anh Vanessa, Sim Sholom e outras atrações da música instrumental. Para quem gosta de teatro, tem o consagrado Festival Shakeaspeare Santa Cruz, que faz sucesso por aqui há mais de 20 anos, e é produzido pela Universidade da Califórnia de Santa Cruz. Este ano, o festival ocorre entre os dia 23 de julho e 1º de setembro. São montados vários palcos entre as florestas de redwoods, no campus da universidade, e são ocupados, também, todos os teatros do próprio campus. Em fim, a programação cultural é extensa e teremos, ainda, atrações como Tom Jones, Willie Nelson, Madeleine Peyroux. O calendário é enorme, a agenda é variada, e esta é a combinação perfeita para enxugar seu cartão de crédito. But, it’s summer!

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sábado, julho 13, 2013
  

Santa Cruz,CA   (c)Eurico Salis 2013


Nada é perfeito na vida. Por exemplo: viver nos Estados Unidos. Estou desapontado com algumas coisas que encontrei na Califórnia, dez anos depois de ter vivido aqui, o estado mais rico e desenvolvido do país. Este desapontamento se deve ao fato de ter comido uma coxinha de galinha (ou “over coxa"- tradução do Léo Henkin) e ter encontrado no meio da carne aquele ossinho fino tipo palito. Aqui as  coxinhas já deveriam vir sem aquele osso. Pra aumentar meu descontentamento, comi um aipim que também tinha aquele fio duro parecido com raiz. Comer aipim com aquela raiz dura em plena era digital é loucura. Ora, como é que os gringos ainda produzem sobre coxas e aipim desse jeito? O bombril, ou melhor a falta de bombril no supermercado é da mesma forma decepcionante. Temos aqui  no US tudo pra limpeza de cozinha. Menos o que?  Bombril ! Para quem é acostumado a lavar  louça o Bombril faz muita falta. E  lavar louça é  uma terapia. Secar pratos são outros quinhentos, exige uma robusta secadora de pratos.  Na Califórnia você pode comprar um carro bem bacana,  eles são  muito baratos, mas pano de secar custa uma fortuna. Estava procurando  casa para alugar, e qual minha surpresa quando encontro no meio dos anúncios classificados, o anúncio de um trailer Classic 32. Ora, morar numa lata de ervilhas? Nunca! Não queo passar pela experiência de ser confundido com ervilhas! Coisa de gringo. Mas não dá pra reclamar de tudo. Aqui ainda temos o Woodies on the Wharf  que é o grande encontro de carros antigos, feitos com madeira nautica, e que serviam para transportar surfistas com suas longas  pranchas, lá pelos anos 40/50.  Este ano, o encontro reuniu no pier (wharf) em torno de 200 carros antigos, desfilaram pela orla da cidade sob um sol escaldante. Os woodies tem tudo a ver com a Califórnia, e com Santa Cruz – a capital do surf. Tão interessante quanto os carros antigos, eram os donos. E  as donas. Gente com cara dos anos 40/50. Ah, e os carros?  Station wagons de marcas conhecidas: Pontiac, Chrysler Town and Country, Plymouth, Buick Roadmaster e tantos ícones do automobilismo.  O encontro dos carros antigos aqui no pier de Santa Cruz me enviou numa Déja Vú a décadas atrás, só não foi perfeito porque não encontrei Rita Hayworth, a grande dama dos anos 50. Mas como nada é perfeito na vida…

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sábado, julho 6, 2013

Aptos Village,CA  (c)Eurico Salis 2013

 

Esta frase, colhida de um cartaz carregado por uma jovem estudante durante a parada cívica de 4 de julho, deste ano,  foi a que melhor representou o sentimento das pessoas que foram até Aptos Village para participar das comemorações do dia da independência. A parada consta no Guinness World Records como a menor parada do mundo. Fui lá para conferir e fiquei surpreso com a grande quantidade de pessoas que estavam lá. Havia passado durante a noite anterior  pela rua onde aconteceria o desfile, e  então  constatei que ali haviam centenas de cadeiras com locais marcados, carros estacionados, tudo para garantir o melhor lugar. A comemoração do dia da independencia é uma festa cívica de grande significado para todos americanos. É um momento especial de celebração da cidadania, a demarcação de avanços, e sobretudo, a afirmação da nação que reverência a liberdade.  Participaram do desfile escolas públicas,  e privadas, equipes de agencias bancárias,  academias de ginástica, emissoras de radios, jornais, lojistas de todos os gêneros, organizações não governamentais. Até ongs em defesa de animais exóticos, além é claro, de deputados e senadore, estes sim,  não tão exóticos assim. Desde a independência dos Estados Unidos, em 1776, os americanos celebram com paixão este dia, e sempre que podem reverenciam  todos os personagens  de sua história:  Abraham Lincoln, Thomas Jefferson, George Washington, Benjamin Franklin. Além desta parada, estive bem no meio de outra parada neste memso dia : a parada no trânsito, bem ali no Boardwalk. Todos os carros se moviam lentamente, tal a quantidade de gente que lá esteve para ver a queima de fogos de artifíco, que acontece ao longo da orla da cidade. Pontualmente as 10 horas da noite  a polícia fecha a praia. Então todos se recolhem, e agente pode ir pra casa com a certeza de que vai dormir em silêncio,  sem barulho, sem gritaria. O feriado terminou, a nação celebrou seus valores e renovou suas crenças. A principal delas, a Liberdade!

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@eurico_salis A frase da semana "Melhor um cavalo cansado do que um burro falante"