sexta-feira, outubro 11, 2013

                                Roaring Camp,Felton/CA   (c)Eurico Salis 2013

Santa Cruz, Califórnia, outubro de 2013. O verão terminou, a temperatura caiu. Corações e mentes são aquecidos ao lado de lareiras elétricas. Durante este mes acontecem eventos culturais marcantes aqui em Santa Cruz. Como o Pacif Rim Film Festival e o Open Studios Art. O primeiro, é um festival de cinema que traz a Santa Cruz produções cinematográficas realizadas em países localizados no oceano Pacífico. O festival foi idealizado por Jim e Jeanne Houston. Ela, nasceu em Inglewood, Califórnia, filha de imigrantes japoneses, passou sua infância na privação dos campos de concentração imposto pelo governo americano a todos os descendentes de alemães, italianos e japoneses, durante a segunda guerra mundial. Entrevistei Jeanne Houston em 2003, aqui em Santa Cruz. Ela contou com detalhes o período que viveu com sua família no campo de concentração, no deserto de Manzanar. Desta experiência resultou anos depois o romance chamado “Farewell to Manzanar”, o qual virou série para tv americana, em 1976, e arrebatou vários prêmios, inlcusive o Emmy. Jeanne Houston dividiu a autoria de sua biografia com o marido, o escritor James Houston. O festival idealizado por eles completa 25 anos em 2013. E cresce a cada edição. Outro importante evento cultural local é o Open Art Studios. Sua realização é fruto da cooperação entre produtores, artistas, empresas e governança local. Durante os tres primeiros fins de semana de outubro, há 28 anos, os artistas abrem seus estúdios para receber visitas do público, mostrar suas produções e vender arte. Todo tipo de arte: fotografia, escultura, joalheria, desenho, pintura, etc, etc… Este anos serão mais de 300 artistas participantes da grande mostra. O evento vai além das exposições, promove arte educação através de vários programas. Alguns destes distribuem bolsas de estudo em artes para dez mil alunos da rede escolar de Santa Cruz. Open Studios arrecada doações de empresas e de pessoas comuns da sociedade, destina os recursos para manter programas de arte educação. Tudo é organziado pelo Santa Cruz Arts Council (www.artscouncilsc.org) orgão público que equivale a nossa secretaria de cultura municipal. É o Arts Council que organiza e promove o evento, através da mídia impressa, da internet, em apps, distribui o programa e mapa dos estúdios, organiza a inscrição e seleciona os participantes. Faz o escambau pra coisa acontecer certo. E acontece. Os artistas vedem quase tudo que expoem. Isto significa que atividade cultural movimenta a cidade, gira recursos financeiros, gera empregos, dinamiza a economia da região. Atividade cultural aqui é coisa séria, não polui o meio ambiente, aumenta a qualidade da educação, forma jovens com capacidade critica, expande conhecimentos. Cultura serve para aquecer corações e mentes, e serve para engordar a conta bancária, também. Para terminar, reproduzo aqui dados extraidos do site do Ministério da Cultura, recentemente e mostram um espelho dos recursos destinados a cultura no RS. Em 2012, Bagé e seus produtores culturais captaram através da “Lei Rouanet” apenas R$ 5.431,00. Veja o que foi captado no mesmo período em outras cidades gaúchas: Bento Gonçalves R$ 1.446,000,00; Caxias do Sul R$ 2.282,000,00; Campo Bom R$ 366.000,00, Encantado R$ 267.832,00; Lajeado R$ 615.640,0; Passo Fundo R$ 2.270.000,00. Os números falam por si. Os produtores culturais, a Secretaria de Cultura de Bagé, os empresários e a comunidade precisam se mobilizar e alterar este quadro. Cultura é feita com financiamento. As leis de incentivo estão aí para viabilizar recursos aos projetos.... Então, mexam-se!

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