domingo, setembro 22, 2013

                        Big Sur,CA    (c) Eurico Salis 2013

 

O nome Big Sur foi retirado da língua espanhola e significa “el sur grande”. Serviu para que os ancestrais que habitaram esta região identificassem parte da costa central da Califórnia, uma área sem limitações definidas. Pode-se dizer que o miolo, a parte mais interessante do Big Sur começa ao sul de Carmel extendendo-se por 65 kilometros até alcançar a cidade de San Luis Obispo, ao sul.  Para um turista menos avisado, Big Sur encontra-se entre San Francisco e Los Angeles.  Cheguei ao Big Sur a primeira vez em 2003 dirigindo pela Highway 1 contornando curvas apertadas, penhascos gigantescos, e principicios, deixando para trás a vegetação colorida que reunia todas as tonalidades, de um lado árvores gigantes, sequoias milenares, altas, muito altas. De outro lado, rochedos em forma de catedrais emergindo das águas revoltas do oceano Pacífico, e muito vento. Logo cheguei a Bixby Bridge, ponte sustentada por imenso arco em concreto, parada obrigatória para fotografar a paisagem. Mais uma fotografia. Acredito que Deus criou lugares como o Big Sur para nos dar a chance de desinflar nosso ego, a chance de meditar sobre a nossa existência sobre a terra, e  principalmente, a chance fotografar a paisagem da Califórnia. Claro, nem todos como George W. Bush conseguem meditar e fotografar ao mesmo tempo.  Muitos meditaram, escreveram, pintaram, e fotografaram no Big Sur, este lugar serviu de cenário para artistas, pintores, fotógrafos, e escritores. Como Jack Kerouak, que escreveu “Big Sur” (1962),  logo depois de ter lançado o consagrado romance “On the Road”, clássico da geração beatnik. Muitos artistas moraram no Big Sur, especialmente nos anos 60, época em que estas montanhas testemunharam alto consumo de drogas e alucinógenos. Tanto é que o nome de um famoso restaurante do lugar, o Nephante, é o mesmo nome de um potente alucinógeno usado por Salvador Dali e Dylan Thomas. Outro famoso escritor e que passou parte de sua vida no Big Sur foi o romancista Henry Miller, autor de obras como Nexus, e Plexus. Funciona no Big Sur o museu The Henry Miller Memorial Library, dedicado a contar a vida do escritor entre o perído de 1944 a 62, época em que Miller morou numa modesta cabana entre as montanhas, e frequentou o restaurante Nephante. Do alto do terraço deste restaurante pode-se ver o mar, os rochedos, e apreciar a passagem das baleias azuis, leões marinhos e lontras, entre junho e outubro.  Voltei ao Big Sur  este mes, quando retornava de Santa Barbara. Por ironia do destino e insulto a natureza somente a camera do meu celular tinha bateria suficiente para fotografar. Voltarei lá em breve. Quero visitar o restaurante Nephante, quero conhecer  o Big Sur Bakery & Restaurant, famosa cantina italiana e visitar os parques.  Para quem deseja estender a visita ao Big Sur, há pequenos hotéis e cabanas que oferecem comodidade, conforto com vista para o mar ou para a floresta.  Pra quem deseja um pouco mais, há uma programação cultural de peso mantida pelo The Henry Miller Memorial Library,  onde  já se apresentaram Neil Young, Philip Glass, Laurie Anderson, Red Hot Chilli Pepper, além de grupos de folk, blues, jazz,  e de teatro.   Há muito o que se fazer, há muito o que se ver nesta região, há estradas sinuosas entre florestas de sequoias gigantes, altos penhascos, vegetação de todas as cores, baleias, golfinhos e leões marinhos. No Big Sur pode-se chegar perto do céu.

 

 

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